Os entrevistados do mês são o casal Thiago Ramos & Inny Trindade do BATATOHO, restaurante inaugurado no Union Mall
ACM – Thiago, como aconteceu sua decisão de vir morar no Centro Metropolitano?
Thiago Ramos – Estava a procura de oportunidades pela Barra da Tijuca e em 2016 mudei para a Rua Aroazes. Após ser abordado por uma Corretora da Lopes e visitar o estande de vendas aqui no Centro Metropolitano, acabei comprando um apartamento no Soho Residence, o que não estava nos meus planos naquele momento.
ACM – Qual o fator preponderante para que você tomasse a decisão de vir morar no Centro Metropolitano?
Thiago Ramos – A localização. O Centro Metropolitano fica perto das principais Avenidas como Ayrton Senna, Abelardo Bueno, Salvador Allende, o que nos permite uma mobilidade interessante, um grande diferencial.
ACM – E como aconteceu a ideia de empreender aqui no Centro Metropolitano?
Thiago Ramos – Eu e minha noiva trabalhávamos embarcados: eu com escala fixa e ela com escala variável, ou seja, ao passo que as minhas datas de embarques e desembarques eram fixas, as da Inny eram imprevisíveis. Por esta razão, era comum que houvesse um desencontro em nossas folgas. Percebemos que essa situação seria insustentável e que precisávamos pensar em alguma solução. Assim, a Inny decidiu parar de embarcar e estudar para concursos com remuneração semelhante. Depois de muito estudar, ficando em terceiro lugar em um concurso com apenas duas vagas, veio a pandemia e todos os concursos foram cancelados. Foi um balde de água fria. Esse foi o gatilho para o embrião do Batatoho: precisávamos buscar outra fonte de renda temporária, até o retorno dos concursos, visto que voltar a embarcar não era uma opção viável. Desta forma, incentivei a Inny, que sempre cozinhou muito bem, a pensar em alguma opção na área de alimentação para ofertar no Soho, já que em maio/2020, no auge da pandemia, todos estavam em casa e isso era propício para nós.
Inny Trindade – “Nunca havia trabalhado com comida, mas sempre fui fã de cozinhar…” Após avaliar o que já havia sido ofertado por outros moradores nos grupos de WhatsApp, pensamos nas Batatas Recheadas. Comecei a pensar nos recheios e fomos pela primeira vez ao Ceasa para procurar as batatas. Foi um momento interessante, pois compramos muitas batatas e depois pensamos: estamos começando agora, o que vamos fazer com tantas batatas se não houver demanda? Risos! Após definir os quatro tipos de recheios, tomamos a iniciativa de ofertar nos grupos de WhatsApp dos condomínios, na expectativa de uma boa aceitação. Faltava definir o nome… Pensando na “Batata do Soho”, tive a ideia de chamar nossa batata de BATATOHO, ideia que o Thiago comprou de imediato! Muito legal!
Thiago Ramos – Não começamos com a ideia de abrir um restaurante, nossa ideia era obter uma receita temporária em tempo de pandemia. Após definirmos os recheios, montamos um cardápio básico em power point e por volta das 17h do dia 5 de maio de 2020, jogamos nos grupos de WhatsApp que estávamos começando a vender Batatas Recheadas. Passou uma hora e ninguém nos procurou. Quando percebemos que poderia não dar certo, ficamos pensando o que faríamos com todas aquelas batatas e seus ingredientes, quando de repente o telefone apitou com o nosso primeiro pedido! A partir de então, começou a pipocar um pedido atrás do outro. Foi uma correria! Eu recebia os pedidos, anotava, passava para a Inny, que sozinha preparava tudo. Quando pronto, eu embalava e saía correndo pelo Soho para entregar e receber, enquanto outros pedidos chegavam via mensagens. Para nossa surpresa, logo no primeiro dia, haviam umas 10 mensagens nos grupos elogiando muito o nosso trabalho. Mal podíamos acreditar na repercussão! Ficamos muito felizes!
Inny Trindade – Devido a nossa inexperiência, a nossa sensação era a de que estávamos fazendo tudo errado, mas os elogios nos mostravam estar dando tudo muito certo. Na primeira semana, de terça a sábado, vendemos 103 batatas dentro do Soho. Os elogios eram recorrentes e percebemos haver uma oportunidade de expandir e fazer dessa “aventura” um negócio! Precisaríamos de uma boa estrutura, o que nos levou a procurar aqui no bairro uma loja onde poderíamos abrir, a princípio, uma cozinha industrial para atender à crescente demanda.
Thiago Ramos – Alugamos uma loja bem bacana, em uma localização interessante e começamos a obra do que seria a princípio a nossa cozinha industrial, voltada apenas ao delivery, porém, ao conversarmos com alguns clientes sobre esta novidade, fomos convencidos a abrir também um espaço presencial. Hoje somos muito gratos por essa sugestão!
ACM – Qual a sensação de ver nascer aqui no bairro algo tão inusitado e também de ter alcançado uma grande aceitação do restaurante por conta dos moradores e frequentadores do Centro Metropolitano?
Thiago Ramos – Parece ser um sonho! Estamos muito felizes com cada passo dado. A ideia que começou com a necessidade de estarmos mais tempo juntos, tomou uma proporção inesperada! Conseguimos superar as dificuldades e fazer algo que nos enche de alegria. Temos um longo caminho pela frente. Estamos ampliando nosso cardápio, investindo no constante aperfeiçoamento dos nossos processos, buscando que nossos clientes fiquem cada vez mais satisfeitos.